"Conhece-te a ti mesmo e conhecerás o universo e os deuses“
Sócrates
"Eu subi a montanha mais alta da minha terra, e pude ver o mundo todo que a cercava. Enquanto eu estive ali, eu pude ver mais do que consigo dizer, e compreender mais do que sou capaz de exprimir... Se, entretanto, eu tivesse que definir melhor o que foram aqueles momentos no alto do Kanchenjunga, eu diria: visto lá do alto, todas as coisas - rios, árvores, neve, erva - pareciam uma coisa só, e meu coração se encheu de alegria, porque eu era parte de tudo aquilo. Quando entendi isso, mesmo sozinho no alto de uma montanha, entendi que estava junto de todas as coisas desta Terra”.
um explorador do monte Kanchenjunga
“Uma boa parte do meu trabalho como pastor está ligado à morte e aos mortos. O quarto de hospital, o cemitério, os ritos finais. Estas coisas terminaram por moldar a minha vida de uma maneira muito diferente. Eu já não fico tanto tempo pensando que a grama está alta, nem engraxo meus sapatos de modo que fiquem brilhando como espelho. Eu já não buzino quando o sinal abre, e o carro da frente não anda. Tampouco fico preocupado em matar aranhas que fizeram suas teias na minha igreja... Muito pelo contrário: quando tenho um tempo livre, vou até a Taverna Búfalo, e escuto a banda que está tocando. Um índio pede silêncio, nos olha, e diz: o que vocês estão esperando? Venham dançar!...E eu vou. Danço e me divirto. Sem nenhuma sensação de pecado”.
Robert Fulghum (em “Tudo que eu precisava saber aprendi no jardim de infância”
"Nosso maior medo não é o de sermos incapazes. Nosso maior medo é descobrir que somos muito mais poderosos do que pensamos. É nossa luz e não nossas trevas, aquilo que mais nos assusta. Vivemos nos perguntando: quem sou eu, que me julgo tão insignificante, para aceitar o desafio de ser brilhante, sedutora, talentosa, fabulosa?Na verdade, por que não?Procurar ser medíocre não vai ajudar em nada o mundo ou os nossos filhos. Não existe nenhum mérito em diminuir nossos talentos, apenas para que os outros não se sintam inseguros ao nosso lado. Nascemos para manifestar a glória de Deus - que está em todos, e não apenas em alguns eleitos. Quando tentamos mostrar esta glória, inconscientemente damos permissão para que nossos amigos possam também manifestá-la.Quanto mais livres formos, mais livres tornamos aqueles que nos cercam".
Marianne Williamson ( A Return to Love)
“Ficar em silêncio não é apenas deixar de falar, mas educar os ouvidos para escutar tudo que está a nossa volta. Mesmo no meio de um som estrondoso de uma orquestra, o bom maestro consegue reconhecer uma flauta que esteja desafinada; da mesma maneira, nós precisamos treinar nossa audição, até que ela seja capaz de ouvir a voz de Deus no meio do mercado...O homem moderno considera o silêncio algo muito aborrecido. Acha difícil ficar quieto - está sempre ansioso para fazer algo, dar um conselho, colocar um trabalho de pé; e termina escravo de sua compulsão para agir...Quando você se acostumar à quietude, quando conseguir passar alguns minutos do seu dia em silêncio, então terá realmente liberdade para decidir sobre sua vida. Diz o poeta Gibran: “quando o seu pensamento não encontra raízes em seu coração, tende a ficar o tempo todo em sua boca”.
Anthony de Mello, S.J. (Abandonar-se a Deus)
"Começamos a plantar o jardim da nossa vida e, quando olhamos para o lado, reparamos que o vizinho está ali, espiando. Ele é incapaz de fazer qualquer coisa, mas gosta de dar palpites sobre como semeamos nossas ações, plantamos nossos pensamentos, regamos nossas conquistas.
Se dermos atenção ao que ele está dizendo, terminaremos trabalhando para ele, e o jardim de nossa vida será idéia do vizinho. Terminaremos esquecendo a terra cultivada com tanto suor, fertilizada por tantas bênçãos.
Esqueceremos que cada centímetro de terra tem seus mistérios, e que só a mão paciente de um jardineiro é capaz de decifrar. Não iremos mais prestar atenção ao sol, a chuva, e as estações, ficaremos apenas concentrados naquela cabeça que nos espia por cima da cerca.
“O tolo que adora dar palpites sobre o nosso jardim, jamais cuida de suas plantas”.
Paulo Coelho
"Um homem em busca da sabedoria resolveu ir para as montanhas, pois lhe disseram que a cada dois anos Deus aparecia ali.
Durante o primeiro ano, comeu tudo o que a terra lhe oferecia. No final, a comida acabou e ele teve que retornar a cidade.
“Deus é injusto!”, exclamou. “Não viu que fiquei aqui durante todo este tempo procurando ouvir sua voz. Agora tenho fome e volto sem escutá-lo”.
Neste momento, um anjo apareceu.
“Deus gostaria muito de conversar com você”, disse o anjo. “Durante um ano lhe deu alimento. Esperava que você cuidasse de sua alimentação no próximo ano. Entretanto, o que você plantou? Se um homem não é capaz de produzir frutos no lugar que vive, não está preparado para conversar com Deus”.
Paulo Coelho
"Chen Ziqin perguntou ao filho de Confúcio: “teu pai te ensina algo que não sabemos?”
O outro respondeu: “Não. Uma vez, quando eu estava sozinho, ele perguntou se eu lia poesias. Respondi que não, e ele mandou que lesse algumas, porque abrem na alma o caminho da inspiração divina. Outra vez ele me perguntou se eu praticava os rituais de adoração de Deus. Respondi que não, e ele mandou fazer isto, pois o ato de adorar faria com que entendesse a mim mesmo. Mas nunca ficou me vigiando para ver se eu o obedecia”.
Quando Chen Ziqin retirou-se, disse para si mesmo:-Fiz uma pergunta, e obtive três respostas. Aprendi algo sobre as poesias. Aprendi algo sobre os rituais de adoração. E aprendi que um homem honesto nunca fica vigiando a honestidade dos outros”. Paulo Coelho
“Quando eu era jovem, e minha imaginação não tinha limites, sonhava mudar o mundo. Quando fiquei mais velho e mais sábio, descobri que o mundo não mudaria: então restringi um pouco minhas ambições, e resolvi mudar apenas meu país. Mas o país também me parecia imutável. No ocaso da vida, em uma última e desesperada tentativa, quis mudar minha família, mas eles não se interesavam nem um pouco, dizendo que eu sempre repeti os mesmos erros. Em meu leito de morte, enfim descobri: se eu tivesse começado por corrigir meus erros e mudar a mim mesmo, meu exemplo poderia transformar minha familia. O exemplo de minha família talvez contagiasse a vizinhança e, assim, eu teria sido capaz de melhorar meu bairro, minha cidade, o país, e - quem sabe? - mudar o mundo”.
um Bispo anglicano